30.4.09 | Autor: Maria Augusta

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Maurice Jarre, recentemente desaparecido aos 82 anos, foi um dos maiores gênios das trilhas sonoras para o cinema. Sua carreira musical começou nos anos 50 em curta-metragens de seu país de origem, a França. No entanto, seu primeiro grande sucesso foi em Lawrence da Arábia, o que lançou definitivamente sua parceria com o realizador David Lean. Sua música está para sempre ligada a filmes legendários como Doutor Jivago, Ghost, Shogun, Carruagens de Fogo, O Círculo dos Poetas Desaparecidos, entre outros. Recebeu várias premiações, entre elas 3 Oscars e 4 Golden Globes. Neste vídeo, podemos vê-lo regendo uma orquestra num concerto em homenagem a David Lean, trazendo a música e cenas do filme "Doutor Jivago", inclusive o inesquecível "Somewhere, my love", o "Tema de Lara". Espero que gostem!


Hoje é dia primeiro de maio e aqui na França oferecemos um galhinho de muguet para desejar sorte a todos a quem queremos bem. Assim, eu o ofereço a todos vocês que me visitam, desejando felicidade hoje e sempre.

28.4.09 | Autor: Maria Augusta

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Le Miracle Familier - Xavier Boussiron et A. Labelle-Rojoux

Na semana passada foi inaugurada em Paris a exposição trienal "La Force de l'Art 02", patrocinada pelo Ministério da Cultura e da Comunicação. Dela participam artistas franceses ou estrangeiros que vivem na França e se constitui num termômetro do que é feito em termos de arte contemporânea por aqui. Ela está acontecendo em vários pontos de Paris, como a Torre Eiffel, o Museu Grévin, a igreja Santo Eustáquio, o Palais de la Découverte e o Museu do Louvre, mas a mostra mais importante está no Grand Palais. Neste, numa arquitetura de Philippe Rahm mostrando uma "Geologia Branca" simulando placas tectônicas moduláveis segundo o tamanho de cada obra, jovens artistas (residentes) e artistas já confirmados (visitantes) expõem obras para todos os gostos.

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Por exemplo, como obra monumental tem-se o International Kebab de Wang Du (acima), que é uma gigantesca torre de papel com 9m de altura sob a forma de kebab, da qual os expectadores são convidados a cortar um pedaço com uma faca que é colocada à sua disposição. Nas folhas que são fixadas em torno de um eixo giratório estão impressas imagens da vida cotidiana dos chineses, cujo país segundo o artista se tornou um imenso fast food.

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Outras obras impressionantes são a de Anita Molinero, na qual enormes latas de lixo de PVC fundidas "caem" do teto, numa visão apocalíptica (foto acima), para, segundo ela, "queimar simbolicamente o objeto industrial e sua matéria artificial"...ou o POF Shop (POF= protótipo de objeto em funcionamento) de Fabrice Hyber no qual objetos familiares encontram uma utilização diferente da usual com a finalidade de criar novos comportamentos (foto abaixo), como o POF n° 65, que é uma bola cúbica. O público é convidado a experimentar estes objetos.

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Mas sabe que você pode entrar na exposição e interagir com ela sem sair da frente de teu computador? Isto é possível Photobucketporque a cada dia uma obra virtual é colocada em linha. Ontem brinquei um pouco com a obra Upstream de Isabelle Grosse. É como um vídeo game, retângulos vazios aparecem na tela e você deve clicar para fazê-los desaparecer até alcançar um certo score. No final o significado é mostrado: aqueles retângulos simulam os movimentos de uma multidão e as pessoas aparecem no lugar dos retângulos...e teus clics também...representados por grandes manchas vermelhas, parecem sangue...imaginem o choque, parece que você as matou! Acho que a moral da história é que não se deve clicar sem saber aonde... Se você quiser experimentar esta ou outras obras virtuais, a lista delas está aqui.

Vendo estas obras espetaculares, que parecem que possuem mais a intenção de chocar que de ser belas, fico pensando o que devemos julgar na arte contemporânea : a estética, a idéia, a mensagem, o impacto sobre o expectador? Em todo caso, acho que ainda preciso de algumas aulas para decifrá-la...

E então, vamos entrar na exposição e visitá-la?


Update 29/04/2009

Agradeço ao Eduardo por ter divulgado este post no seu maravilhoso "Varal de Idéias", fiquei muito honrada!

26.4.09 | Autor: Maria Augusta

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Nesta semana a blogosfera perdeu um de seus expoentes...a Lunna nos anunciou o encerramento de seu blog Acqua...vou sentir saudades, pois nele passei grandes momentos lendo seus poemas, participando de seus empreendimentos como o "Abrindo Aspas para a Poesia", seguindo seus romances em capítulos (ficava ansiosa aguardando o próximo) e sua série de posts sobre a cidade de São Paulo... e presenteando os amigos (nunca me esquecerei do magnífico post com poemas inéditos que ela compôs especialmente para o aniversário do "Le Jardin Ephémère"). Felizmente, ela vai continuar a nos brindar com seus escritos no blog "A Casa do Mago", em parceria com seu amore, e ouso esperar que também na "Coletânea Artesanal"...e que em breve voltará em novos projetos.

E como ela é uma grande defensora da natureza, com esta foto e este poema de Alberto Caieiro que a enaltecem, gostaria de homenageá-la.

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo…

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar…


Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos"


E um bom domingo para todos!

Foto tirada no parque "Orangerie" em Estrasburgo no último domingo de Páscoa.



24.4.09 | Autor: Maria Augusta
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"O Homem foi criado para viver feliz no paraíso, mas com uma condição : de não comer o fruto proibido da árvore do conhecimento"…Mas desde que ele o provou, não conseguiu mais viver sem ele, e o seu domínio sempre propiciou uma situação de superioridade em relação aos que não o possuíam. O primeiro passo no sentido de democratizar o conhecimento veio com a “invenção” da impressão e da tipografia por Gutenberg, e o acesso a ele foi se difundindo cada vez mais, culminando com o advento da Internet.

E por falar em conhecimento e Internet, estes últimos dias foram pródigos em novidades. A Unesco lançou dia 21 de abril sua Biblioteca Digital Mundial, incluindo várias áreas do conhecimento humano acessível em 7 línguas e dividida em 9 rúbricas : filosofia e psicologia, religião, ciências sociais, línguas, ciências naturais e matemáticas, tecnologia, belas artes e artes decorativas, literatura e técnicas de escrita e história e geografia.

Além disso, já tínhamos Wikipedia, esta enciclopédia aberta na qual todos podiam participar e introduzir conhecimentos, de forma anônima. Agora Google está lançando Knol (abreviação de knowledge), um sistema que permite a qualquer um de escrever artigos e publicá-los, pois segundo eles «Existem milhares de pessoas que possuem conhecimentos úteis que gostariam de compartilhar, e bilhões de pessoas que poderiam aproveitar deste conhecimento. Nos achamos que muitos não compartilham seu conhecimento hoje simplesmente porque não é fácil.»

Qual a diferença em relação à Wikipédia ? No Knol os autores se identificam, fornecem seu curriculum e podem ser remunerados pela publicidade. Serão também avaliados e receberão notas da parte dos leitores, e estas determinarão a classificação do artigo no motor de pesquisas Google. Por enquanto ele existe em poucas línguas (em francês saiu há apenas alguns dias) e o número de artigos é reduzido, enquanto Wikipédia é apresentado em mais de 170 línguas e já cobre praticamente todas as áreas do conhecimento humano. Mas parece que a briga entre os dois vai ser rude, na disputa pela preferência dos internautas.

E agora, Wikipédia, base da UNESCO, blogs, Knol, portais…tudo ao alcance de nossas mãos, aqui e agora…será que com todo este conhecimento vamos nos aproximar ou nos afastar do “paraíso”?


O Kovacs está publicando um post bastante detalhado sobre a Biblioteca Digital Mundial aqui.



22.4.09 | Autor: Maria Augusta

Esta foto retrata a natureza exuberante renascendo depois de meses de frio e inverno. Parece que renascemos com ela, pois nos sentimos reviver com a volta dos dias de sol e de calor. E é normal, pois fazemos parte da natureza, porisso toda iniciativa no sentido de corrigir os erros cometidos em relação a ela é importante, como é o caso do Movimento Natureza. Principalmente porque este propõe ações concretas, como a sugestão de plantar árvores.

No meu caso, plantar árvores no momento não foi possível, mas este projeto me fez refletir ao que faço de concreto no meu dia a dia no sentido de minimizar o impacto de meus atos sobre o meio ambiente. Neste sentido, poderia enumerar :
  • uma redução considerável do uso do papel : imprimo o mínimo possível, utilizo os dois lados das folhas quando preciso escrever, e reutilizo mesmo os envelopes para fazer pequenos lembretes. E quando precisamos descartar os jornais, sempre o fazemos nos recipientes de reciclagem que temos aqui no bairro.


  • no que se refere à alimentação, abolimos o que pode ser "exótico" e vir de longe (foi o mais difícil, pois tive que renunciar aos produtos brasileiros), procurando privilegiar os produtos regionais e se possível com a etiqueta " bio " e sempre da estação. Deixamos de lado também os peixes como o bacalhau e o cação, que estão em fase de extinção.


  • em termos de consumo de água, mudei meu modo de lavar a louça, uso água corrente só para o enxague, o detergente é colocado em " batch " onde a louça é mergulhada (só uso a máquina quando temos um grande volume de louça).


  • em relação à economia de eletricidade, não deixamos mais a televisão ou o computador em " veille ", desligamos completamente quando não estamos usando. Também perdi o hábito de deixar as luzes da casa toda acesas, agora elas só se acendem nos cômodos onde estamos. Sei que o grande consumo de energia aqui é para a calefação no inverno, mas sobre isto não temos controle direto, pois a calefação é central para o imóvel, mas procuramos manter as janelas bem fechadas para não causar desperdícios.


  • participei dos grupos formados aqui na prefeitura visando discutir sobre o tipo de melhoria que poderia ser introduzida em cada setor como educação, transportes, urbanismo, etc., visando uma redução máxima da emissão de CO2 na cidade.
Estou consciente de que isto é apenas um pequeno passo, resta muito a fazer, principalmente no que se refere ao transporte. Aqui na cidade dá para andar a pé ou pegar o " tramway ", mas quando saimos dela temos o hábito de viajar de carro…embora tenhamos uma rede de trens excelentes, principalmente o TGV (trem bala) como opção. Em relação a outros itens de consumo, acho difícil renunciar a alguns hábitos mas se prestarmos atenção podemos comprar produtos que foram realizadas de modo sustentável, vários setores já incluem o respeito ao meio ambiente em sua produção, embora os produtos sejam um pouco mais caros.

E voilà um diaporama mostrando alguns gestos do meu cotidiano :


E não deixe de visitar o "Faça a sua Parte" onde é Dia da Terra o ano inteiro e fornece dicas preciosas para um dia-a-dia sustentável. Hoje ele está apresentando uma discussão e uma série de links de blogs que estão falando sobre esta tema.

E como hoje além de ser o "Dia da Terra" é também o aniversário do descobrimento da Pátria Amada, eu os convido a comemorar lendo "O Fractal Verde e Amarelo" no Le Jardin Ephémère.


19.4.09 | Autor: Maria Augusta

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"A nação indígena dos Kaiapós habitava uma região onde não havia o Sol nem a Lua, tampouco rios ou florestas, ou mesmo o azul do céu. Alimentavam-se apenas de alguns animais e mandioca, pois não conheciam peixes, pássaros ou frutas. Certo dia, estando um índio a perseguir um tatu-canastra, acabou por distanciar-se de sua aldeia.

Inacreditavelmente, à medida que o índio se afastava, sua caça crescia cada vez mais. Já próximo de alcançá-la, o tatu rapidamente cavou a terra, desaparecendo dentro dela. Sendo uma cova imensa, o indígena decidiu seguir o animal, ficando surpreso ao perceber que, ao final da escuridão, brilhava uma faixa de luz. Chegando até ela, maravilhado, viu que lá existia um outro mundo, com um céu muito azul e o sol a iluminar e a aquecer as criaturas; na água, muitos peixes coloridos e tartarugas. Nos lindos campos floridos, destacavam-se as frágeis borboletas; florestas exu­berantes abrigavam belíssimos animais e insetos exóticos, contendo ainda diversas árvores carregadas de frutos. Os pássaros embelezavam o espaço com suas lindas plumagens.

Deslumbrado, o índio ficou a admirar aquele paraíso, até o cair da noite. Entristecido ao acompanhar o pôr-do-sol, pensou em retornar, mas já estava escuro... Novamente surge à sua frente outro cenário maravilhoso: uma enorme Lua nasce detrás das montanhas, clareando com sua luz de prata toda a natureza. Acima dela, multidões de estrelas faziam o céu brilhar. Quanta beleza! E assim permaneceu, até que a Lua se foi, surgindo novamente o Sol.

Muito emocionado, o índio voltou à tribo e relatou as maravilhas que viera a conhecer. O grande pajé Kaiapó, diante do entusiasmo de seu povo, consentiu que todos seguissem um outro tatu, descendo um a um pela sua cova através de uma imensa corda, até o paraíso terrestre. Lá seria o magnífico Mundo Novo, onde todos viveriam felizes."

Livro: Lendas e Mitos dos Índios Brasileiros
Autor: Walde_Mar de Andrade e Silva
Editora: FTD


Hoje é o Dia do Índio e para homenageá-los resolvi trazer esta lenda deste livro, cujo autor Walde_Mar de Andrade e Silva, tive o privilégio de encontrar no início deste ano durante uma visita ao Museu do Índio em Embu das Artes, próximo a São Paulo. Artista plástico tendo realizado dezenas de exposições no Brasil e na Europa, o tema de seu trabalho é a vida e a cultura dos índios brasileiros, viveu muitos anos entre eles a convite dos irmãos Villas-Boas. Atualmente é responsável pelo Museu do Índio no Embu, e apresenta com entusiasmo e paixão os objetos nele expostos (quinze minutos de conversa com ele e saimos de lá completamente cativados), que ele mesmo amealhou durante suas estadias nas aldeias indígenas brasileiras. Sua vida e sua obra também merecem ser conhecidas, pela abnegação com a qual se dedica à divulgação da cultura dos índios e do meio ambiente.

(CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO PARA VER NOSSAS FOTOS DO MUSEU)

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© Antonio Carlos Castejón (Flickr)



O texto da lenda e as fotos das obras de Walde_mar de Andrade e Silva foram tirados daqui, onde você poderá ler sua biografia e obter detalhes sobre o "Museu do Índio" do Embu.

Veja também o diaporama da UOL intitulado "Crianças índias das várias tribos do Brasil". LINDÍSSIMO!


Update 20/04/2009

O Gilrang nos trouxe nos comentários uma interessante dica sobre a literatura dos índios :

..."a livraria cultura publicou hoje o seu último número da revista da cultura, a qual apresenta um artigo da jornalista kelly de souza sobre a literatura indígena no brasil. eu recomendo a leitura a todos."

A Elma, no seu magnífico post sobre o construtivismo no blog Espaço das Artes, nos forneceu um link imperdível sobre a história e o simbolismo da arte marajoara :

Simbologia e arte nas culturas Marajoara e Tapajônica

A Vi publicou há algum tempo um excelente post sobre a situação dos índios brasileiros e a arte plumária (aqui).

E no "Le Jardin Ephémère" :

A Civilização Perdida da Amazônia descreve as evidências encontradas por cientistas de que teria havido nesta região uma civilização pré-colombiana que era mais adiantada que aquelas encontradas quando da chegada dos europeus.

Os Últimos Homens Livres : sobre a vida dos índios Zoé, uma das últimas tribos "intactas", que não sofreram ainda influências do "homem branco".

 

17.4.09 | Autor: Maria Augusta
A represa das Três Gargantas na China deverá entrar em funcionamento este ano, submergindo uma vasta área do centro deste país. O fotógrafo Yang Yi, que nasceu às margens do rio Yangtsé e verá sua cidade natal desaparecer para sempre, usando os artifícios da fotografia digital, resolveu então imaginar como ela seria se a vida continuasse normalmente sob as águas. Então se vê os velhinhos conversando nas ruas, um grupo em torno de uma mesa jogando o mahjong, crianças brincando, mas todos com máscaras e tubos para respirar sob a água. O resultado é uma atmosfera ao mesmo tempo antiga e futurista, pois ele deu uma cor sépia às fotos, e a claridade que vem do alto e penetra na água fornece uma luz meio "extraterrestre".



As fotos desta série de Yang Yi chamada "Uprooted" (Desenraizado) se encontram em exposição na galeria Dix de Paris e achei interessante trazê-las aqui porque as achei incrivelmente trágicas e belas, pois elas contem em seu ambiente o futuro sombrio da cidade, mas também a imortalizam permitindo que ela "viva" mesmo após ser engolida pelas águas.

Veja mais sobre Yang Yi e sobre a exposição Uprooted aqui.


Update 20/04/2009

A querida Laura recomendou este post no seu excelente blog Caminhar. Muito obrigada de coração!

 
15.4.09 | Autor: Maria Augusta

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Mudar de calçada para seguir o som de uma música, curtir o barulho da chuva caindo sobre o telhado, se deliciar com o cheirinho do pão quente que vem das padarias nas manhãs frias de inverno, "perder a hora" andando devagarinho para curtir a natureza desabrochando na primavera, vagar sem rumo numa cidade desconhecida, você já saboreou um desses pequenos prazeres da vida? Eu já o fiz, e garanto que é muito bom. Graças a isto, me disseram que sou hedonista, ou ainda epicurista...fiquei pensando, o que é isto?

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Fiquei sem saber até que tive o prazer de conhecer um grupo de filósofos. Então eles me explicaram que os hedonistas acham a finalidade da vida é alcançar o prazer, enquanto os epicuristas acreditam que se deve encontrar o prazer em cada ato, mas não a qualquer preço, quer dizer não se deve correr riscos incomensuráveis para atingi-lo, pois o resultado pode causar o efeito inverso, isto é, a dor. Enfim, o epicurismo seria um "hedonismo ético"...Atualmente pode-se achar muito normal que se oriente a vida em função do prazer, seja dos pequenos, seja dos mais intensos como é o caso do prazer sexual. No entanto, na Idade Média, a Igreja condenou esta doutrina por achá-la incompatível com os princípios cristãos que pregam a virtude e a abstinência.

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Ela foi reabilitada na época da Renascença, quando filósofos como Erasmus e Thomas More afirmaram que Deus não poderia ser contra a felicidade dos homens, trazida pelo prazer. Mas os ocidentais não foram os únicos a enquadrar o prazer em sua filosofia. Vejam o caso dos orientais com "a cerimônia do chá". Nela, o prazer de todos os sentidos é exaltado, aliando o odor, o sabor, a visão do ambiente com a beleza e a harmonia dos gestos e também a conversação, tantos prazeres aliados a gestos simples e cotidianos, que é são a preparação e a degustação do chá.

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Mas quando se fala em curtir os pequenos prazeres da vida me vem à mente o filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain". Pois ela que tinha uma vida "banal" encontrava seu prazer em gestos como jogar pedrinhas no rio para vê-las ricochetear, se lambusar de doce para poder lamber os dedos, mergulhar os dedos num saco de grãos para sentir as sensações, quebrar a casquinha de um "creme brulée", e também ajudando as outras pessoas a encontrar o próprio prazer...e como ela vivia no ambiente idílico de Montmartre, que é um lugar realmente delicioso com suas ladeiras e seus artistas, coloquei um pouco do universo de Amélie Poulain neste diaporama (CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO PARA VER O DIAPORAMA E OUVIR A MÚSICA)...pour nous faire plaisir!

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Este post faz parte da Tertúlia Virtual organizada pelo Varal de Idéias e pelo Expresso da Linha.



13.4.09 | Autor: Maria Augusta
Por aqui a Páscoa continua hoje, segunda-feira...e como neste ano para nós a Páscoa foi alsaciana passando por Estrasburgo vimos uma exposição maravilhosa de ovos decorados, a "Coquille d'Art". O tema deste ano de 2009 era o cristal, e as cristalerias da região se associaram à decoração tanto do salão quanto dos ovos. Quanto a estes, tinha para todos os gostos : naturais (de galinha, ganso, pato), de madeira, de porcelana, com decoração cerâmica, esmaltados, com strass, enfim uma verdadeira profusão de materiais e estilos. Claro que tirei mil fotos para mostrar a vocês. A montagem dá uma idéia da exposição, mas para vê-la em todo seu esplendor CLIQUE NO PAINEL ABAIXO PARA VER O DIAPORAMA DAS FOTOS NO PICASA. Vale a pena!

DiaporamaAu centre


Veja mais :

Para ver como são realizados os ovos com cristais Swarowsky mostrados na exposição clique aqui (está em francês, mas a imagem é auto-explicativa).
Para ver alguns dos fabulosos ovos Fabergé, clique
aqui.
10.4.09 | Autor: Maria Augusta
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8.4.09 | Autor: Maria Augusta

Aqui na França quando as pessoas se referem ao idioma falado no Brasil, eles dizem que falamos o brasileiro. Eu explico sempre que nossa língua é o português...no entanto devo reconhecer que às vezes quando leio textos escritos por portugueses, como no caso dos blogs amigos, algumas palavras me escapam. O que é muito natural, uma língua é algo de vivo, evolui e vai se modificando em função das influências que recebe, portanto ela apresenta variações quando falada de um lado e do outro do oceano ou mesmo de uma região a outra dentro de um mesmo país. Visitando o "Museu da Língua Portuguesa", há alguns meses, vi uma cronologia sobre a evolução do português na qual pude entender como e quando estas influências aconteceram, e a reproduzo para vocês aqui neste diaporama (peço desculpas pela qualidade da imagem, a luz era difusa e não tínhamos um tripé para obter uma exposição mais longa. Se não conseguirem ler algum dos textos me avisem, eu o colocarei depois).


Cronologia da língua portuguesa

(para parar a imagem e ler passe o mouse sobre ela ou clique no controle abaixo do diaporama à esquerda)



Se não conseguiu ler o diaporama, tente aqui, no Picasa


Links interessantes :

Museu da Língua Portuguesa (São Paulo)

Algumas palavras que tem significados diferentes no Brasil e em Portugal


6.4.09 | Autor: Maria Augusta
Reunião dos G20 em Londres, comemoração dos 60 anos da OTAN com a entrada da França realizada em Estrasburgo sob o fogo de grupos extremistas, reunião EUA-União Européia em Praga com o gesto provocador da Coréia do Norte lançando um foguete.A Europa fervilhou nestes últimos dias, neles grandes decisões foram tomadas visando terminar com os paraisos fiscais, injeção de mais dinheiro na economia, envio de mais tropas ao Afeganistão, redução de armas nucleares, instalação de um escudo anti-mísseis na Europa do Leste...Os mercados financeiros reagiram favoravelmente, enfim todos sairam "oficialmente" satisfeitos. Mas não é do lado importante e sério destes eventos que vou falar neste post, mas dos bastidores que foram amplamente explorados pela imprensa e que me fizeram rir pelo contraste com a gravidade do momento, afinal uma boa risada é sempre bom para começar a semana, né?


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Bom, segundo eles, a superstar de todos estes encontros foi sem dúvida Barack Obama, ou melhor o casal Obama. Quando chegavam nos lugares, altos e belos, todos os olhares e todas as câmaras eram atraidos por eles. A imprensa inglesa até colocou Michelle Obama como first lady favorita dos ingleses (destronando assim Carla Sarkozy que fez um enorme sucesso por lá no ano passado), até a perdoaram por ter dado um abraço na rainha, o que normalmente é um ato de "lesa-majestade"...

Na França a imprensa "people" teve dois pratos cheios : os confrontos Nicolas Sarkozy-Barack Obama, e Carla Sarkozy-Michelle Obama. Pois como o casal francês se constitui no "casal vedette" aqui na Europa, estaria morrendo de ciúmes pela "invasão de seu território" pelo glamour americano. Imaginem o nível, disseram até que Nicolas Sarkozy estava sempre na ponta dos pés nas fotos para compensar a diferença de altura em relação a Barack Obama...Quanto às esposas, foi uma outra história...Carla não foi a Londres, os fofoqueiros disseram que era para observar melhor "a adversária" e escolher a roupa "qui tue" para o encontro das duas no seu próprio terreno, a França. Não faltaram as comparações das biografias, salientando que Michelle é advogada e participou da campanha do marido, enquanto Carla "já achou tudo pronto". No final das contas parece que as duas simpatizaram e se tornaram amigas, Michelle ofereceu a Carla um violão Gibson e as duas vão trabalhar juntas em projetos de combate à AIDS.

Mas um ponto alto foi a elegância das first ladies durante os encontros, Carla privilegiando os nomes consagrados e Michelle os novos talentos. Quem "ganhou", Carla ou Michelle, o que você acha?


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(Clique na imagem para vê-la em diaporama)


As fotos são daqui.
4.4.09 | Autor: Maria Augusta

Não sei quanto a vocês, mas eu adoro tudo que tem uma relação com a escrita. Gosto de belos papéis de carta, envelopes decorados e canetas tinteiro (até hoje lamento uma Parker que meu pai me deixou e que roubaram...) . Pois há alguns dias aconteceu um leilão no Castelo de Bazoches de 710 peças duma coleção de tinteiros e conjuntos para a escrita dos séculos XVIII, XIX e XX vindas de vários paises da Europa e da Ásia. Reproduzo neste diaporama (clique na imagem abaixo para vê-lo) algumas peças, espero que gostem :

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Veja mais aqui

2.4.09 | Autor: Maria Augusta

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Mais de quinhentos anos depois que Cristóvão Colombo chegou à América e 40 anos depois que os americanos fincaram sua bandeira na Lua, é a vez dos russos realizarem sua proeza : colocaram uma bandeira de titânio a 4261 m, nas profundezas abissais do Mar Ártico, para marcar aquele território como seu...uma nova corrida começou, desta vez não é em direção ao "far west", mas ao "far north". E esta febre de conquista desta região não é exclusiva dos russos. Os habitantes da Groenlândia estão pleiteando sua independência da Dinamarca, os canadenses criaram uma base militar na ilha de Cornwallis, os noruegueses, os americanos, enfim os paises que são "banhados" pelo Ártico, tentam reforçar sua presença na região. Até a União Européia está procurando meios de se "posicionar" no Polo Norte.

PhotobucketMas porque será, não é mesmo? Todo estes povos estão querendo ir lá para ajudar Papai Noel? Non, non, non, non, o que acontece é que nesta região existe uma imensa reserva petrolífera e 20% das reservas energéticas da Terra, além de urânio, prata, ouro, zinco, chumbo e outras riquezas minerais que até agora eram inacessíveis devido à presença da calota polar. E com o aquecimento climático a calota regrediu de 7,5 milhões de quilômetros quadrados a 4,1 milhões de quilômetros quadrados entre 1987 e 2007, e a fusão se acelera de tal forma que se estima que antes do final deste século (alguns esperam o fenômeno para antes, por volta de 2013) ela não existirá mais no verão. Este fenômeno poderia conduzir mesmo à abertura de uma nova rota marítima comercial pelo norte nesta estação, que economizaria milhares de km de percurso aos navios que passam entre o Atlântico e o Pacífico e serviria para, entre outras coisas, evacuar o petróleo que seria produzido na região!


PhotobucketAgora, o outro lado da moeda são as consequências do aquecimento climático para os habitantes, a fauna e a flora da região. Os habitantes que viviam da caça e da pesca artesanais estão percebendo que esta ficando cada vez mais difícil encontrar suas presas. Para alcançá-las eles assumem riscos sobre as camadas de gelo que estão se tornando menos espessas e ameaçam de se quebrar. Os ursos brancos com o diminuição gradual da "banquise" estão vendo seu terreno de caça invernal desaparecer, o que já acarretou a morte de vários deles. As focas também estão sofrendo com esta redução de seu habitat de reprodução. Quanto aos pastores nômades, a mudança climática perturba suas atividades, pois tem havido mais neve nos invernos porém com as variações bruscas de temperatura esta forma uma camada de gelo que impede os animais herbívoros de alcançar o lichen com o qual se alimentam. O resultado é que as populações, sem seus meios tradicionais de subsistência começam a se aglutinar nas cidades, sem grandes perspectivas de encontrar trabalho.

PhotobucketAlém disso, apesar do fato deste degelo da calota polar ártica não conduzir ao aumento do volume dos oceanos, ele contribui para o aumento do efeito estufa pois há uma redução da superficie gelada que reflete a luz do sol (albedo) e "freia" o aquecimento.

Refletindo sobre a situação, os combustíveis fósseis contribuiram para provocar o aquecimento climático o qual por sua vez provocou a degelo do Ártico que acelerou o aquecimento climático num círculo vicioso infernal. Podem os seres humanos usar as próprias consequências deste efeito para ir procurar mais petróleo o qual vai gerar mais CO2, intensificando ainda mais o problema, comprometendo assim as condições de vida das gerações futuras? Não é uma coisa insensata? Mas...Yes, we can...e salve-se quem puder!




Este post faz parte da blogagem coletiva "Ecological Day" promovida pela Sonia do "Leituras" e pela Elma do "Caliandra do Cerrado" que ocorre no segundo dia de cada mês. Participe!

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